quinta-feira, maio 25, 2006

Menina Azul


Era uma vez um sonho, mas esse sonho era muito particular, era um sonho de alguém que não sonhava.
Era uma vida completa e cheia, uma peça com personagens e acção.
Lá no meio andava uma menina de cabelos longos azuis e roxos, encaracolados e compridos, tão compridos que lhe tapavam os seios .
Ela era descendente da Lua, era filha de um Cogumelo Mágico com a prima Estrela da Lua que tocava harpa nas cerimónias. Por isso no seu ventre vinha tatuado um quarto crescente azul, e também como saía à família era dotada de uma voz eloquente, angelical e poderosa, tinha a capacidade de fazer chorar lágrimas de cetim e soltar os gritos mais desesperados.
Ela era uma fada, a fada da confusão, pudera, filha de um Cogumelo Alucinogénico, por sua vez filho de um Cogumelo Venenoso com a Sensatez.
A rapariga azul não podia ser menos confusa, no seu sangue corria o bem, o mal, a sensatez, a loucura, a melodia, a vida.
Ela cantava, e todos no bosque encantado a ouviam, embora a achassem louca.
Ela despia-se e nua dançava no vento, as tranças do cabelo desfaziam-se e ela gemia e uivava até cair num sono rodopiante e genuíno.
Não tinha nome, não tinha vida, não tinha medos nem desejos, apenas existia azul e nua, para assegurar a confusão no mundo, como ela e o seu quarto de lua no ventre.

2 comentários:

Marta disse...

O que tu gostas é de andar nua, menina da lua! Continua a dançar e a ser louca...porque é assim que eu te quero.

n disse...

o azul ficava-lhe tão bem..