
Um dia acordei e senti que dançava no mundo.
A música tocava, suave e inspiradora.
As árvores acompanhavam-me, dançavam ao vento...
À medida que a musica se ia tornando mais trepediante, mais possessos eram os meus movimentos.
Agressivos e dilacerantes.
A dor nos pés não era nada, comparando à liberdade que sentia. O meu corpo voava... Fazia esculturas no ar.
E dancei até o vento não acompanhar mais as árvores, que foram parando pouco pouco, extasiadas de cansaço.
Dancei até as pontas me ferirem os dedos, mas feliz por ouvir o seu bater. Tão profundo, tão poderoso...
E fui dançando no mundo, pelo mundo...
Uma dança sem fim, uma dança sem pricncÃpio...
Uma dança minha e só minha.
Um solo ao luar!
Um tango, uma valsa ou uma mazurka.
Dancei todas.
Cabelos soltos e corpo descoberto,
A alma leve e um sorriso na face.
Oh doce rodopiar...